quarta-feira, 14 de maio de 2008

Paradoxos políticos no Planalto Nacional

Em visita hoje ao Palácio do Planalto, a chanceler alemã, Angela Merkel, comentou sobre a polêmica saída de Marina Silva do Ministério do Meio Ambiente. Ela elogiou a colega (Merkel já dirigiu o mesmo ministério na Alemanha) e ressaltou sua importância na comunidade internacional de defesa ambiental.

Chanceler alemã Angela Merkel em visita ao Brasil


A chanceler também lamentou a renúncia de Marina e afirmou que o fato poderia ser interpretado como um sinal de alerta, mas se disse tranquilizada ao saber que, quem quer que seja o novo ministro, o governo planeja manter suas políticas ambientais.

Reside aí o Paradoxo de Merkel:

Se a saída da ministra em protesto à política ambiental do governo é um sinal de alerta, como pode o anúncio de manutenção dessa política ser tranquilizante?

A visita de Angela Merkel ao Brasil tem como pauta principal a discussão acerca dos biocombustíveis. A Alemanha é o país europeu que mais investe em fontes de energia alternativas, mas vetou recentemente um projeto de aumentar de 5 para 10% a adição de etanol à gasolina no próximo ano. A iniciativa visava a antecipação do plano da União Européia de implantar essa proporção nos seus países até 2020.

Lula taxou de "meias verdades" e interesses "eminentemente" comerciais os argumentos contrários à produção de etanol e biocombustíveis em geral, que estão sendo apontados por alguns críticos como responsáveis pelo aumento mundial no preço dos alimentos.

Presidente Lula em declaração aos repórteres internacionais


Ele também censurou a "hipocrisia" dos políticos que assinaram o protocolo de Kyoto, acusando-os de fazer "ouvido de mercador", por saberem que as emissões de gás carbônico advém do uso do petróleo como combustível. E terminou sua declaração aos repórteres internacionais afirmando que, quando eles voltarem ao país daqui a dez anos, o presidente do Brasil será chamado de Sheik do petróleo.

A dupla distorção da lógica no Paradoxo de Lula é um pouco mais extensa, mas mesmo um aluno medíocre do Ensino Médio é capaz de identificar sua contradição:

Tratando-se o etanol de um tipo de hidrocarboneto, sua queima não resulta na produção do mesmo gás carbônico que o protocolo de Kyoto visa coibir?

E mais:

Se o Brasil está prestes a ser um dos maiores produtores de petróleo do mundo, como pode o Sheik criticar a hipocrisia dos seus consumidores?

15 comentários:

ಌಌDιαηαಌಌ [Wonder Woman] disse...

o problema é que o lucro vem antes de qualquer coisa, entao protocolo de Kyoto e outros mais viram tudo conversa pra boi dormir.

se puder, visite-nos
www.voluptas7.blogspot.com

fabricando arte disse...

Voce faz parte de uma comunidade do orkut em que faço parte " Eu tenho um blog", estou aquy
para comentar e parabenizar pelo seu blog.
Parabens ( mesmo eu entendendo pouco de politica rsrsrs).

sacodefilo disse...

Sim. Etanol é um tipo de hidrocarboneto, mas o que se discute é o resultante da queima que quando comparamos com a gasolina, temos um produto infinitamente menos poluente. Eliminar a produção de gás carbônico no planeta só com a extinção da espécie humana.
Com relação ao consumo de petróleo, acho que a história do sheik é mais um factóide. Considerando que o alcool só atende a uma parte da produção de energia e que investir em outras fontes ainda é muito caro, vamos ficar mais um bom tempo precisando do ouro negro.
Acho que falta ao Lula uma assessoria que clareie o que ele quer dizer. No mais, parece-me tudo certo.
Por fim, o que a comunidade européia fala sobre os biocombustíveis brasileiros não deve sequer ser levado em conta. Demonstra, na maioria da vezes, má fé e desinformação.

Euzer Lopes disse...

A Diana aí em cima falou tudo...
LUCRO... É bonito falar em ecologia, em projetos de sustentabilidade, mas vai mexer no LUCRO para você ver o que acontece...

Estou ficando fã do seu blog, cara!

iti disse...

Realmente o lula esta tendo grande progressos em sua politica...

Ufo Brasil disse...

e verdade msm muitos progressos em sua politica..

http://www.rangervermelho.blogspot.com/

Jeffmanji disse...

Concordo com a maioria dos leitores. LUCRO é a palavra mágica. Engraçado é ver um país como a alemanha querendo coloca moral no governo brasileiro. Faz-me rir

Unknown disse...

>> Que mundo é esse? Política me esressa...
Mas teu blog é mto bom, mesmo!

Convido a visitar o meu:
www.espelhomagic.blogspot.com

Bj

Will disse...

Ola, venho pedir sua colaboraçao na campanha "parcerias entre blogs".

Funciona da seguinte maneira: Voce poe um banner da campanha em seu blog e se quiser pode fazer um post para atrair um publico maior.

para pegar o banner e obter mais informaçoes acessE: www.fodasticosdanet.blogspot.com

Estou contando com a sua ajuda :)
obrigado.

Cláudio Apolinário disse...

ca-pi-ta-lis-mo

responde tudo!

quando puder, soma um assunto por lá:

somarassuntos

Daniela Lohn disse...

Uma palavra que resume a politica brasileira é conveniência. Se for conveniênte, para eles, para o seu bem estar pessoal, para lucrar mais, dane-se o resto.
Acredito que o Brasil perdeu uma ótima ministra.

Daniela Lohn disse...

visite o meu blog tbm, por mais que não entenda de moda, sempre temos uma opinião sobre tudo!

http://moda.hitechlive.com.br/

Rodrigo Colares disse...

merkel?

... disse...

alguem explica pros nossos governantes que a política serve para se obter o bem da sociedade, e não do seu proprio bolso...

Unknown disse...

Eu acho que o Lula ,inteligentemente, quis dizer que se não for por BEM (ETANOL) vai por MAL (PETROLEO), mas de qualquer maneira o BRASIL VAI se tornar uma das maiores potências de energia (já é, mas pode ser a maior), e se for pra lutar que lutem contra o mais nocivo que é o petróleo!!!! Onde se entende paradoxo eu vejo uma encruzilhada, muito sutil nas palavras do Lula. Cabe a nós interpretarmos da maneira mais conveniente com nossas convicções políticas e interesses econômicos. Parabéns ao blog por levantar uma questão confusa, e que realmente dá margem para diversas interpretações.